Este é um livro constituído por uma selecção de textos dispersos no tempo e no espaço. São textos que remetem o seu tempo mais longínquo para o final dos anos noventa do séc. XX e que chegam até ao presente.
Todos eles escritos num determinado tempo e em circunstâncias definidas. Todos eles publicados em espaços diferenciados. Fragmentos, portanto.
Tal como num arquipélago em que a sua formulação labiríntica não permite encontrar qualquer espécie de determinismo na proximidade ou morfologia das ilhas que o constituem, também aqui, os textos são apresentados na mesma situação. Sem qualquer
formulação determinista, seja histórica, temática ou, mesmo, de proximidade formal. Estamos, por isso, na presença de textos que são escritos por um artista, e que, como tal, têm uma visão endógena do território que habitam. Não querem, nem poderiam, ser textos com as características daqueles escritos por quem vem das Humanidades e das Ciências Sociais. De algum modo, são textos engajados, com o processo do fazer artístico. Com o meu próprio processo. São, por isso, também, portadores de assuntos que não abordam de forma genérica os problemas da arte, antes, tentam ajudar-me a compreender os problemas que a prática me coloca. São uma outra forma de fazer artístico.
